terça-feira, 17 de maio de 2011

13 lições que aprendi com a minha atribulada vida amorosa

Em uma noite perdida em Recife, estive tomando um vinho com algumas amigas. Todas, como alguém me disse certa vez, com conteúdo, personalidade e cárater. Todas verdadeiras; loucas por uma boa festa; autenticas; espertas; responsáveis sem serem chatas, inteligentes sem serem nerds; loucas, mas não idiotas; comportadas, mas não santas; educadas, embora com certas exceções; delicadas sem serem frescas; vaidosas, mas não narcisistas. Enfim, daquele jeitinho que deveria fazer os caras sentirem orgulho de apresentar ao amigos. Munidas de bom vinho e boa música, fizemos uma "girls night" que, após a partida da única comprometida do grupo, acabou descambado para aquele questionamento fatal:  porque diabos ainda estamos solteiras?

É a mesma pergunta que fazem meus familiares, meus amigos, meus clientes e até o tiozinho que vende doces lá na porta do trabalho.

A primeira resposta que vem à mente é sempre "porque está difícil encontrar caras legais". Mas acho que o problema vai bem além. Não é que os caras legais tenham se tornado uma espécie em extinção. É que nós insistimos em perder tempo e energia com caras não tão legais assim. Porque solidão às vezes dói. E para fugir dessa dor a gente acaba deixando de lado a dignidade e embarcando em dores diferentes, resultados de relacionamentos ruins.

Acho sim, que muitas agruras amorosas femininas acontecem por nossa culpa (sim, eu me incluo no grupo). Não conheço nenhum homem brilhante o suficiente para enganar completamente uma garota. Os sinais de que a canoa está furada estão sempre ali. Na maioria das vezes, já tem um monte de água invadindo o barco. E nós mulheres, sempre enxergamos esses sinais. Só que as vezes, ao invés de procurar uma outra embarcação, preferimos simplesmente colocar um pouquinho de chiclete sobre o furo (o que obviamente não resolve o problema). Aí vamos seguindo até a canoa afundar de vez e finalmente começarmos a procurar uma bóia (mas nesse ponto a gente já engoliu um monte de água e tem que lutar contra possíveis sequelas). A boa notícia é que sempre dá para aprender com os nossos erros e com os erros das amigas. E vou contar para vocês algumas lições que aprendi.


1) Homem comprometido jamais.
Não tem conversa. Homem comprometido com outra não vale o esforço. E não interessa se o relacionamento dele está bom ou se o pobrezinho vem sofrendo com a "mulher horrível" que tem ao seu lado. Se ele traiu a garota com quem se comprometeu não merece confiança. Se de fato ele enfrenta problemas na relação, precisa resolvê-los antes de se envolver com outra. Até para uma relação sem compromisso esse tipo de homem merece veto, porque uma coisa é o cara não querer compromisso com ninguém - seja lá por que motivo for - e outra coisa completamente diferente é o cara não querer compromisso com VOCÊ. Há uma diferença importante aí. Acredite, se o cara quiser realmente ficar com você ele irá procurá-la quando estiver livre. E se não procurar, não se preocupe. É sinal que você economizou algum tempo para investir em quem merece mais, ou seja, você mesma.

2) Carência é diferente de amor.
Carência é terreno perigoso. A gente quer carinho, se sente só, aí acaba taxando de príncipe o primeiro sapo que cruza o nosso caminho. O cara só precisa soltar um "venha cá minha nega" e pronto. Você se derrete. Acha logo que é amor. Mulher tem essa mania chata de beijar o cara de manhã e começar a costurar o vestido de noiva a tarde. Ou pior, retirar o filtro de qualidade e sair pegando qualquer um por aí. Baixe a bola das expectativas e aprenda a deixar as coisas rolarem - ou não - de maneira natural. Só fique atenta aos sinais pra ver se o cara tá realmente afim ou se é só fantasia da sua cabeça. Seu tempo é precioso e não merece ser desperdiçado com quem não te quer.

3) Sexo também é diferente de amor.
Sexo é bom e a gente adora (bom, pelo menos eu...). E nem sempre precisa ser com amor. Na verdade só precisa mesmo é de camisinha. Claro que com amor é mais gostoso, mas às vezes estamos mesmo com vontade e não tem nada demais deixar rolar. Se os hormônios estiverem pegando fogo, tá liberada para acalmá-los. Mas nunca, jamais, em momento algum, saia por aí desesperada dando bola pra todo mundo. Uma coisa é dar uma chance a um cara legal que talvez você não tivesse notado antes, outra é terminar a noite na cama do otário que vai te tratar feito uma puta e ainda se gabar pros amigos. Mulher bem-resolvida sexualmente não é sinônimo de mulher que dá pra todo mundo. Satisfaça suas necessidades mas respeite a si mesma. Ser a menina que passou na mão da turma toda não é moderno, é triste. É coisa de gente vazia, que não dá valor ao próprio corpo. E não esqueça de separar tesão e sentimento para não cair na armadilha da carência e não ficar arrasada se o cara não ligar no dia seguinte. Se ainda não atingiu esse grau de desapego compre um vibrador e deixe para fazer sexo quando arrumar um namorado. Ou então aguente as consequências emocionais sem depois ligar para amiga afirmando que foi "usada". Estar no controle da situação é ter o poder de, enquanto for do seu agrado, deixar o outro usar, abusar e ainda dar cartãozinho de fidelidade. Saia já dessa vidinha de vítima.

4) Piedade é que é diferente de amor MESMO.
Já fiz muitas besteiras por causa desse negócio de sentimento, mas se tem algo de que me orgulho é de nunca ter aceitado ter ao meu lado alguém que permanece ali por pena. Tem mulher que inventa mil e uma artimanhas pro cara achá-la uma coitadinha e ficar com ela, e tem cara que cai na armadilha seja porque tem coração mole ou porque se acomodou naquele relacionamento. Mas piedade é o motivo mais triste para continuar com alguém. É um negócio que vai acabando com você dia-a-dia, porque no fundo você sabe que não é digno.

5) Há que separar o joio do trigo.
Existem dois tipos de homens, os que te querem e os que não te querem. Simples assim, a gente é que complica, fica vendo coisas onde, na verdade, não há nada. E não é difícil distinguir uma situação da outra. Quer um exemplo? Bom, quando meu avô materno adoeceu, passamos por um momento bem complicado na família. Foi doloroso. Um dia eu estava no hospital, e não consegui entrar para vê-lo durante a tarde. Decidi então esperar até o horário da noite, o que significava algumas horas sozinha na sala de espera do hospital. O cara com quem eu estava saindo na época, ao saber disso, pegou o carro e foi me encontrar. Não tinhamos compromisso e ele sabia que não ia rolar nada, eu não estava em condições de namorar.  Ainda assim ficou comigo naquele sábado a noite, mesmo gripado. Cuidou pra que eu comesse - porque ele sabia que quando fico nervosa ou triste, perco a fome completamente - e me fez companhia até o horário em que meus tios chegariam. Ele não estava apaixonado, mas ele me queria. E querer tem a ver com gostar de estar junto mesmo em momentos mais complicados. Na época eu estava apaixonada por outro e vivia tentando justificar as merdas que esse outro fazia comigo. Sabe quantas vezes o homem que eu amava teria feito o mesmo por mim? Nenhuma. E sabe porque? Porque ele não me queria. Só que eu demorei um bocado para perceber essa diferença que hoje me parece tão óbvia. E fico feliz em saber que não fiquei esperando, fui capaz de ficar junto de quem queria estar comigo e ter momentos bacanas com essa pessoa que, aliás, tem meu carinho até hoje.

6) Amigos não brincam com amigos.
Às vezes acontece de amor virar amizade. E às vezes é só para uma das partes. Eu já estive dos dois lados. Já fui apaixonada por um amigo e já tive um amigo apaixonado por mim. Quando meu amigo se apaixonou por mim, eu fiz de tudo para não magoá-lo. Me afastei um pouco e dei a ele tempo para esquecer aquele sentimento. Foi difícil. Eu sentia falta dele, queria ligar, queria sair junto, queria dividir as coisas da minha vida e fazer parte da vida dele. Mas não queria namorá-lo. Não conseguia vê-lo de outra forma que não fosse amigo. E sabia que as coisas não podiam mais ser como antes, ou meu amigo iria sofrer. Hoje ele está bem, está feliz com outra pessoa e entende que me afastei em respeito aos sentimentos dele. Hoje ainda somos amigos e podemos nos dar ao luxo de rir da situação.
Infelizmente, quando a apaixonada fui eu, as coisas aconteceram de maneira bem diferente. Mesmo sabendo como eu me sentia, o "amigo" se recusou a manter uma distância saudável. Quando eu me afastava ele vinha atrás, dizia que sentia falta da minha amizade, que tinha um grande carinho, que não aguentava minha distância. Quando ele bebia ficava comigo. No dia seguinte, se dizia arrependido porque achava que não valia a pena. Fez isso duas vezes. Depois se gabou nas minhas costas. Isso sem contar nas vezes em que se divertia falando na minha frente sobre as garotas com quem saía. Ele sabia que estava me ferindo, ninguém é tão burro a ponto de não perceber. A questão é que ele estava brincando comigo, estava querendo me manter na geladeira caso desejasse um lanchinho entre as refeições. Me dispensava e quando via que estava me perdendo de vez voltava com esse papinho furado de amigo. Aí eu ficava arrasada, com a consciência pesada, achando que estava sendo injusta com ele. Porque parecia mais fácil acreditar que ele tinha algum carinho genuíno por mim. Parecia mais fácil aceitar as migalhas que ele oferecia. Só que um dia eu percebi que ele não era meu amigo, nunca foi. Era só um moleque que não sabia lidar com os sentimentos dos outros. Nem tampouco com os seus próprios. Eu costumava chamá-lo de Peter Pan, e nunca vi um apelido cair tão bem (em seu pior sentido). Hoje a paixão passou, mas a amizade também. Por ele não restou nem raiva, de tal maneira que há tempos não nos falamos e ele não tem feito a menor falta. Minha auto-estima está curada e não permito que outros se comportem da mesma forma comigo. Mas empresto meu erro para que outras aprendam com ele e não precisem passar pelo que passei. Amigos não brincam com amigos, eles deixam claro o que sentem e respeitam os sentimentos do outro.

7) Antes só do que mal acompanhada.
Não precisa dizer muito mais né? Melhor sozinha do que metida em um relação meia-boca. Enquanto estiver presa em um relacionamento que não a faz feliz, está perdendo a chance de viver outras experiências que podem ser melhores. E isso vale para os rapazes também. Eu sei que essa coisa de ir testando às vezes é um saco. Conhecer gente nova, sair pela primeira vez, voltar imaginando se o outro gostou de você, esperar a ligação do dia seguinte - que às vezes não acontece - sem saber ao certo se terá companhia para o fim de semana. É bacana de vez em quando, mas quando vira "de vez em sempre", bate aquela sensação de que o "cara certo" nunca vai aparecer. E a verdade é que não vai mesmo. Ainda bem. Porque quando penso no cara certo, penso em um cara perfeito e, sabe como é, pessoas perfeitas devem ser horríveis. Mas uma hora vai aparecer um erradinho que merecerá seu coração. Até ele chegar, relaxe, ouça um samba e deixe a vida te levar.

8) Não somos nós que vamos mudar todas as convenções culturais.
Homens e mulheres estão muito mais próximos da igualdade do que jamais estiveram em diversos aspectos da vida social. E quando o assunto é eqüidade de gênero no trabalho ou em disputas para cargos eletivos, por exemplo, eu concordo que devemos ir à luta. Mas nas relações amorosas a coisa não avançou tanto assim e não somos nós que iremos revolucionar todos esses anos de história. Aliás, eu nem pretendo. Gosto de ser tratada com carinho, cuidada, protegida. Mato um leão por dia no trabalho para provar que, apesar da carinha de menina, sou uma profissional competente, e não preciso ter que viver em guerra com o homem que está saindo comigo também. Não só gosto, como espero cavalheirismo. Quando era novinha, até fui meio metida a feminista. E daquelas xiitas. Um dia me peguei brigando com meu acompanhante para pagar a metade da conta. A resposta dele - que veio em palavras e em gestos carinhosos durante toda a noite - me tornou essa mocinha estragada e mimada no quesito "o que espero em um primeiro encontro". Ele me olhou e disse que não estava ali disputando comigo quem pode mais. Estava tentando ser gentil e ajudaria bastante se eu baixasse um pouco a guarda. Então experimente fazer isso, baixar a guarda e deixá-lo cuidar de você, chamar o garçom, fazer o pedido, sugerir a bebida, te segurar pela cintura daquele jeito gostoso, como quem diz "ela está comigo". Relaxe. E retribua se comportando como uma dama, sem reclamar que o bar é apertado, a música é ruim, a comida está sem sal e o vinho que ele escolheu vai te dar dor de cabeça no dia seguinte – mesmo que tudo isso seja verdade. Gentileza gera gentileza e se ele está se esforçando não custa nada você se esforçar também. Anos mais tarde, conversando com meu amigo mais galinha, ele reforçou essa necessidade dos homens de ser o "macho-alpha". É até bonitinho, desde que se manifeste através de cavalheirismo e cuidado - e não com ciúme e machismo. Meu amigo, cafajeste como só ele sabe ser, ainda disparou: "Você pode até querer ser feminista, mas se o cara não faz questão de pagar a conta no primeiro encontro é porque acha que você não vale nem isso". Claro que há exceções, mas regra geral eles curtem mesmo essa coisa de sentir que estão "no comando". Agora, também não pode abusar. Lembre-se que uma coisa é aceitar uma gentileza no primeiro encontro, outra completamente diferente é querer o cara te bancando eternamente. O homem que está saindo com você é seu companheiro e não o seu pai. E não tem obrigação de te sustentar.
Outra coisa que não muda muito é o fato de que homens conquistam, mulheres são conquistadas. Eles gostam desse jogo e se você relaxar vai gostar também. Não use igualdade de gênero como desculpa para ficar toda hora convidando pra sair aquele cara que nunca retribui o convite e nunca tem tempo para você. Você pode até convidar uma vez, mas se sentir que o feedback não foi legal, vá ocupar seu tempo com o próximo da fila. Não precisa romper relações nem fazer drama, apenas siga adiante.

9) Respeito é bom e sem ele não rola NADA.
Esse é um quesito importantíssimo. Aliás, para ser bem sincera, é condição sine qua non. Como eu já havia dito uma vez no texto sobre o P.A. (clique aqui para ler), homem que não te respeita não serve para nada, nem para uma noite de sexo casual. Só tenha em mente que respeito é uma via de mão dupla. Você respeita para ser respeitada mocinha, então faça a sua parte. E o respeito que ele lhe deve inclui, entre outras coisas, não tratar você com ignorância; não julgá-la; não paquerar outras quando está com você, caso seja uma relação casual, e não paquerar outra em hipótese alguma caso vocês tenham um compromisso - a menos que tenham adotado, de comum acordo, uma relação aberta, o que é muito, muito raro.

10) Homens emocionalmente instáveis precisam de um psicólogo e não de uma namorada.
Confesse, você adora homens problemáticos. Delira com a possibilidade de curar um coração ferido. A boa notícia é que você não é a única. Homens atormentados e magoados tem um charme diferente, especial. A má notícia é que você não pode curar porra nenhuma (perdão pela palavra deselegante...). Então nem perca seu tempo. Homens que ainda estão ligados à ex, que tem traumas de infância, medo do relacionamento ou que "não estão prontos", na maior parte das vezes estão apenas inventando uma desculpa bonita para não assumir um compromisso com você. Nos raros casos em que estão sendo sinceros eles precisam de um psicólogo e não de uma namorada. Eu acredito muito naquele papo de que "só curamos um amor antigo com amor novo". Mas esse amor novo tem que ser por nós mesmos. Se o cara não tem condições de te assumir agora porque está mergulhado em seus problemas, não vista a capa de heroína. Dê a ele tempo para se curar e aprender a amar a si mesmo. Só então ele poderá amar você. Nesse meio tempo vá viver a sua vida. Talvez você até encontre alguém que não precisa ser salvo.

11) Quando você inicia um relacionamento pensando em mudar a outra pessoa, já percorreu mais da metade do caminho rumo ao fracasso.
As pessoas não mudam porque o outro quer, elas mudam porque sentem necessidade de mudar. Então não adianta embarcar em um relacionamento achando que vai alterar os hábitos e nem muito menos o caráter de quem entrou nessa com você. Se tem algo no seu parceiro ou parceira que você não gosta, as opções são aceitar ou pular fora. Lembre-se que quando se interessa por alguém, deve se interessar por quem essa pessoa é no momento e não por quem ela poderia ser. Alguém já te avisou para tomar cuidado com o que deseja? É isso.Tenha os pés no chão ao se envolver, não fantasie demais e não tente transformar o outro. Você pode conseguir e o resultado pode não ser satisfatório. Ou a outra pessoa pode simplesmente cansar de estar com alguém incapaz de fazer algo tão simples e ao mesmo tempo tão complicado quanto amá-la do jeito que ela é.

12) Sem tesão não há solução.
Pois beeeeeeeem. Já dizia Arnaldo Jabor: “amor sem sexo é amizade”. Ao entrar em uma relação, certifique-se de que sente tesão pela outra pessoa. Certifique-se de que ao beijá-la, seu corpo se arrepie inteiro, mesmo que o beijo seja apenas um aperitivo. Você pode entrar em uma relação sem amor, somente porque gosta daquela companhia, porque a chance do amor surgir depois em uma relação bacana é grande. Mas química não brota do nada, não adianta. Sem tesão não há solução. E não me olhe com essa cara de AIMELDELS-ELA-É-NINFOMANÍACA. Não sou e você – provavelmente – também não é. Mas um casal que não tem uma sintonia legal na cama acaba não tendo uma sintonia legal fora dela. Ou virando amiguinho. E se o que você quer é só um amigo, compre um cachorro que dá menos trabalho.

13) Tenha foco.
Essa é a última, mas é a mais importante. Quando lhes digo para ter foco, quero dizer para conhecerem a si mesmas e terem plena consciência do que estão buscando. Se você quer um namorado, não adianta engatar uma relação com aquele cara galinha – mas charmosérrimo – que já avisou não estar querendo compromisso. Algumas pessoas levam esse tipo de situação numa boa, outras não tem “estômago”.  Saiba em que categoria você se encaixa e fuja de situações-limite que avisam em letreiros neon “vamos te fazer sofrer”. É mais fácil – e menos doloroso – pular fora no início e deixar o coração livre para encontrar alguém com o mesmo perfil que o seu.

Moral da história: Sei que é difícil lidar com cobranças de uma sociedade que ainda hoje cria suas meninas - e meninos também - acreditando que "é impossível" ser feliz sozinho (vivo me embananando com isso, sou quase uma "faz merdinha da estrela" quando o assunto é relacionamentos). Mas a gente precisa fazer a nossa parte. Se você não é capaz de amar a si mesma, porque outra pessoa iria fazê-lo?

sábado, 1 de janeiro de 2011

O Bolo Mau e os três Corpinhos

Era uma vez três corpinhos.
Três meninas, três gracinhas
Que só comiam alface.
Garapa? Só sem açúcar.
Pão-de-ló sem pão, sem ló.
Viviam na ditadura
De nunca, nunca engordar:
-Deus nos livre de gordura!
Deus nos livre de quindim!
Eca! Pra musse e manjar
Chocolate? Nem pensar!
Sorvete? Tudo de ruim!
-Deus nos proteja de massa
Arroz, fritura, feijão...
Até o leite integral
Era prejudicial.
Apenas eu, Bolo Mau,
Era a única tentação.
Eu era um bolo adorado
Do bom dos melhores bons:
Chocolatíssimo flocado
Gostosamente adoçado
Ornado em branco e marrom.
Era o mimo da moçada
O desejo dos brotinhos
Mas vivia acabrunhado
Por nunca ter conquistado
A gula dos três corpinhos.
Um dia, tracei um plano:
Botei meu melhor recheio
Iguarias de princesa
E, daquelas três lindezas,
Duas caíram de cheio.
Mas a terceira esbelteza
Fugitiva do pudim
Regurgitava, enjoava
Resistia até o fim.
Mas eu, de Mau, insisti:
Revesti-me de alface
De pepino e couve-flor
E fui bater na janela
Do corpinho tentador.
Vendo-me assim de verdura
Corpinho se derreteu
Garfou-me de gulodice
E do Bolo Mau, comeu.
Ficou tão viva e animada
Que não parou de provar
Quem era de hortaliça
Ficou quitute, roliça
De filezinho pra lá.
Tornou-se violãozuda
Malagueta de arder
As rosas se boquiabrem
E se rosam por lhe ver.
Tem audiência estourada
Quando amor ta de vez
Me faz pro aniversário
Devora-me com avidez
Faz beiço-ventilador
Me sopra velas de amor
Na velocidade três.

(Autor: Jessier Quirino)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Comportada

Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui pra que gostem de mim.
Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho.
E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou.

(Autora: Maria de Queiroz)

http://www.dsrta.blogspot.com/

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Amor não dói

“Domínio e submissão é para a escravatura. Amor é para as pessoas livres."
(Alexandre Garcia sobre as 35.000 mulheres que são espancadas todos os dias no Brasil)

Justiça anuncia decisão que beneficia mulheres vítimas de violência doméstica

Agora não é mais necessário confirmar na presença do juiz o desejo de processar o acusado, basta denunciá-lo na delegacia, com base na lei Mª da Penha, para garantir a abertura do processo.

Saiba mais:


Fonte: Bom dia Brasil de 19/10/2010

http://www.dsrta.blogspot.com.br/

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Use camisinha

A melhor propaganda de incentivo ao uso da camisinha que já vi. Mto bem lembrada pelo Diálogo de Roda.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Não subiu, e agora?


Um cara que dormiu comigo e brochou me pediu para abordar a experiência aqui como forma de exorcizar esse fantasma. Brincadeira, nunca aconteceu comigo, mas atendendo uma sugestão, decidi fazer um post sobre brochada e impotência.

Como eu disse, nunca aconteceu comigo, embora eu também não tenha tido tantos parceiros quanto algumas pessoas supõem. Sabe como é, mulher que não tem medo de falar sobre sexo acaba sendo taxada por alguns como mulher que pega todo mundo. Eu até queria pegar todo mundo – ou quase todo mundo – mas aprendi a me respeitar e a respeitar meu corpo, o que gera meia dúzia de restrições com relação a quem vai dividir a cama comigo. Ainda assim resolvi, com todo esse amadorismo que me abençoa, debater o momento fatídico no qual o “meninão” simplesmente não sobe.

Eu me sentiria frustrada, disso tenho certeza. Já o que eu faria com essa frustração ia depender do grau de importância que o cara tem para mim. Um casinho isolado certamente perderia todas as chances. Dependendo e como ele se saiu até chegarmos ao finalmentes – se foi gentil, se foi arrogante, se conquistou meu respeito – ganharia também uma dose de impaciência. Por outro lado, um homem por quem eu tivesse algum carinho mereceria mais algumas tentativas. Mas duvido que exista paixão grande o suficiente para me prender durante muito tempo em um compromisso onde o sexo não está funcionando. E não sou a única que pensa assim. Conheço várias relações que afundaram porque o “meninão” não conseguia mais brincar.

Sexo é uma coisa importante no relacionamento amoroso. Não é tudo, mas é fundamental. Tem que estar presente e tem que ser prazeroso para os dois. O caminho para chegar lá às vezes passa por umas derrapagens e quando estamos empenhados em fazer a coisa dar certo, acho bacana ser compreensiva com esse tipo de situação. Se foi ocasional a gente tenta de novo, leva na esportiva, faz um carinho para deixar claro que é algo natural, e que pode acontecer com qualquer um. Se é uma situação recorrente, a gente senta para conversar e tentar descobrir o que está errado e, caso não descubra, procura um especialista para dar uma mãozinha. A gente encara com carinho, mas respeitando os nossos próprios limites. Não dá para passar a vida esperando um gozo que não virá, mas também não dá para achar que homens são máquinas perfeitas que nunca falham.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Moral da história

"Uma lagarta típica dos EUA faz um truque para tentar afugentar predadores: graças ao mimetismo, finge ser uma perigosa cobra com grandes olhos!
Mas o tiro sai pela culatra, pois o aspecto fica 'fofo' demais para fazer com que os seus predadores mais famintos desistam de devorá-la. À lagarta só resta esperar a sorte sorrir e chegar o momento de se tornar uma borboleta."


(Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/moreira)

Moral da história: As "fofinhas" se f$%&m.