quinta-feira, 29 de abril de 2010

Menina-Senhora


Já notou como o vocábulo marido/esposo é pesado, pra não dizer recheado? Assim, explicando melhor...se tem de fazer toda uma expressão facial para balbuciar: ma-riiiii-doooo. Quero expressar na verdade o meu estranhamento com tal palavra, no qual, desde o dia 18 de abril venho pronunciando repetidamente, é eu me casei.

Logo eu que era avessa a compromisso (ok, admito que namorei o mesmo moço por quase 5 anos de idas e vindas, e fiquei noiva de um outro rapaz), mas no íntimo relacionamento não era o meu forte. Sério, cresci fazendo planos pra uma vida de um apartamento cheio de livros e visitas dos amigos, pode parecer inacreditável, mas fui uma pessoa comprometida que só fazia planos pra mim. Fora outra questões, tais como: dividir o mu espaço, ter que dar satisfação, somar orçamentos, pedir opinião, ser dona-de-casa, precisar de aprovação e etc.

Meus relacionamentos anteriores foram recheados de atitudes de solteira da minha pessoa, nem eu mesma acreditava que tinha namorado, casinho ou coisa análoga. Minha mãe costumava dizer: Tu não vai casar nunca até por que arrumar um homem pra te aguentar é muito difícil. Sabe o que minha genitora amada quis dizer? Eu adoro futebol, amo ir ao estádio! Sou a pessoa mais desorganizada que você pode encontrar nesta vida e na outra também, sou louca por carros e tudo que tiver ligado a automobilismo e velocidade, não tenho saco pra papo de mulher, detesto horas fazendo compras, não gosto de filmes românticos, nunca fui de muito chamego meloso, não lembro de data alguma, falo tudo quanto você pode imaginar com meus amigos homens e eles são MUITOS, bebo...bebo e não fico bêbada, se queria ficar com alguém era matadora, aí gente vou parar...por que a lista é ENORME.

Mais aí, agora tenho a realidade de ser SENHORA, afinal sou agora uma mulher CASADA, e as solteironas por opção que me desculpem, é muito bom tudo isto! Estou tendo obviamente as primeiras impressões, mas eu reconheço: como esperei esse momento ao lado do meu Amado. Não julguem que mudei de princípios, mudei apenas de opinião, e tipo nada me impediu de brincar guerreiro com meu MARIDO com os isopores que vinheram na embalagem da máquina de lavar, a única coisa ruim foi que eu perdi rapidamente minha espada isopomórfica da lua, ela quebrou no primeiro embate ;D

terça-feira, 27 de abril de 2010

Minha vida vai mudar


É babies, realmente foi com isso que eu sempre sonhei. Esse produto vai mudar a minha vida. A realização de um sonho velado, inconfessável. Eu sempre quis fazer xixi em pé.

Você deve estar se perguntando se isso é sério. CLARO QUE NÃO É. Mas parece que teve gente que acreditou. Explico: está sendo comercializado no Brasil o OiGirl, um produto que promete permitir às mulheres a façanha de fazer xixi em pé, em qualquer esquina, igual ao rapazes. Com o slogan "um produto inteligente para mulheres inteligentes", o OiGirl consiste em um recipiente de silicone com formato semelhante a um funil a ser encaixado na região pélvica para que a mulher possa controlar o fluxo do xixi. Ele pode ser utilizado com saquinhos sobressalentes e vem em uma "linda necessaire". Tudo em tons rosa-choquei, devo acrescentar. Após o uso, você lava tudo com água e sabão e está pronto para usar novamente. "Lavou, tá novo", igual a gente faz com... enfim, deixa pra lá.



O produto é comercializado no país através do site www.oi-girl.com.br, e segundo as informações do fabricante, não é inédito em sua categoria, mas é o melhor entre os disponíveis no mercado graças à matéria-prima com que é fabricado (100% silicone medicinal) e ao seu formato totalmente anatômico.

Confira abaixo os precinhos disponíveis:
Unidade: R$ 29,90
3 unidades (grátis botton): R$ 89,70
Unidade com nécessaire: R$ 48,80
Saquinhos plásticos (10 unidades): R$ 1,50

Olinda, tremei!
Sinto que tenho até fevereiro para decidir se vou encarar o pipis na rua, ou se vou continuar pagando para usar o banheiro das casas do sítio histórico, que por um precinho "módico", deixam as foliãs apertadas irem ao toilete. Com sorte o pacote inclui descarga e mãos lavadas.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cão que ladra...

Diz o velho ditado: “Cão que ladra não morde”.

Eu digo mais: homens não passam de cães.

Não meu bem, essa não é uma agressão gratuita à população masculina fruto de um surto feminista. É uma constatação relacionada à sexualidade. Quando o assunto é cama, desconfie dos homens que gritam aos quatro ventos que são muito bons. A probabilidade de que não sejam é de quase 100%. Homem gostoso de verdade não se dá ao trabalho de fazer alarde sobre seus dotes. Quem faz isso é homem inseguro, que precisa se afirmar e reafirmar sua masculinidade perante o mundo.

Você deve estar se perguntando o que trouxe esse assunto à tona. É simples: uma amiga veio me contar a experiência que teve com um desses auto-proclamados garanhões. E querem saber? Ele – cujo nome não posso revelar aqui, apesar de estar arrasada de vontade de abrir meu bocão – não passava de um cão que ladra, mas não morde. E como já dizia Nelson Rodrigues “sem dentada não há amor – nem sexo, permitam-me acrescentar – possível”.

Não pensem que foi um comentário despeitado de uma mulher mal-amada. Na verdade foi um desabafo de uma mulher bem-resolvida que se decepcionou com uma propaganda enganosa. O gostosão, não passava de um parceiro medíocre. Um fanfarrão. E rapazes, devo adverti-los que um cidadão como esse se queima com praticamente todo o círculo de amizade dessa moçoila. Porque nós falamos sim, sobre o desempenho de vocês. E recomendamos ou vetamos, de acordo com a sua performance.

Pooooois bem. No meio dessas conversas uma coisa importante que aprendi é que os homens com as melhores referências fazem o gênero mineirinho. Eles não fazem alarde sobre si mesmos, porque as mulheres que provaram da fruta se encarregam de espalhar a notícia. Ninguém melhor do que o cliente para atestar a qualidade do produto.


Agora eu ouço as histórias do cãozinho com um desprezo e um sarcasmo velado de quem conhece certas verdades que ele convenientemente omite. E repasso adiante as informações que recebi afinal, no quesito sexo casual, mulheres tem um senso de corporativismo invejável.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O Zé

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de
estresse que isso desencadeia em nossas vidas.

Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele
acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar. Pronto, acabou
seu último minuto de paz. Ele diz, como se fosse a coisa mais
simples do mundo "Vamos jantar amanhã?". Você sorri e responde, como
se fosse a coisa mais simples do mundo: "Claro, vamos sim".

Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se
reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para
estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos
canceláveis e começa a odisséia. Evidentemente, você também para de
comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher sempre
se acha gorda. Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do
queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e quando sente que vai
desmaiar come uma fatia de queijo. Muito saudável.

Primeira coisa: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e
você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés tem
que estar feitos - e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens)
devem estar se perguntando "Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai
de botas?" Lei de Murphy. Sempre dá merda. Uma vez pensei assim e o
infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que
tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Tomei no cu bonito!
Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão é pé, até porque boa
parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino.
OBS: Isso me emputece. Passo horas na academia malhando minha bunda
e o desgraçado vai reparar justamente onde? Na porra do pé! Isso é
coisa de... Melhor mudar de assunto...

As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum
tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura,
retoque de raiz, etc. E nessa se vai mais uma hora do seu dia.
Dependendo do grau de importância que se dá ao Zé Ruela em questão,
pode ser que a mulher queira comprar uma roupa especial para sair
com ele. Mais horas do seu dia. Ou ainda uma lingerie especial,
dependendo da ocasião. Pronto, mais horas do dia. Se você trabalha,
provavelmente vai ter que fazer as unhas na hora do almoço e correr
para comprar roupa no final do dia em um shopping.

Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem
nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que
seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna,
axila, virilha, sobrancelha etc, etc. E lá se vai mais uma hora do
seu dia. E uma hora bem dolorida, diga-se de passagem.

Parabéns, você conseguiu montar o alicerce básico para sair com
alguém. Pode ir para a cama e tentar dormir, se conseguir. Ah sim,
você vai dormir, COM FOME. A dieta do queijo continua.

Dia seguinte. É hoje seu grande dia.

Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente. Surge
aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher
se quer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele
não vai perceber. Alias, ele não vai perceber nada. Você pode
aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz.
Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos
bonitas (só não sabem o porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson:
"Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens". Não tem
como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem.

Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou
para menos, vem a etapa do banho. Óleos, sabonetes aromáticos,
esfoliação etc. E o cabelo? Tem que fazer uma lavagem especial, com
cremes e etc. E depois ainda vem a chapinha, prancha e/ou secador.

Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie.
Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é
bonita, ou é confortável. Você olha para aquela sua calcinha de
algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de
pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa "Eu não
vou dar para ele hoje mesmo, que se foda". Você veste a calcinha. Aí
você começa a pensar "E se mesmo sem dar para ele, ele pode acabar
vendo a minha calcinha... Vai que no restaurante tem uma escada e eu
tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha,
broxará para todo o sempre comigo...". Muito puta da vida, você tira
a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e
rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite
toda. Melhor prevenir. Nessas horas a gente emburrece e acha que
qualquer deslize que fizer vai espantar o sujeito de forma
irreversível.

Os sapatos. Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou
é confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser
exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Ex: Vou com
roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite o
animal vai soltar um "Sei que você adora dançar, vamos sair para
dançar! Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma
vez um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para
mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar!.
Porque eu não dei o sapato? Porra... me custou muito caro. Posso não
usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista do caralho.
Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação para ver se
evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica.

Só quero que os homens saibam que é um momento tenso para nós e que
ralamos bastante para que tudo dê certo. O ar de tranquilidade que
passamos é pura cena. Sejam delicados e compareçam aos encontros que
marcarem, ok? E se possível, marquem com antecedência, para a gente
ter tempo de fazer nosso ritual preparatório com calma...

Apesar do texto enorme, quero deixar claro que o que eu coloquei
aqui é o mínimo do mínimo. Existem milhões de outras providências
que mulheres tomam antes de encontros importantes: clarear pêlos
(vulgo "banho de lua"), fazer drenagem linfática, baby liss...
enfim, uma infinidade de nomes que homem não tem a menor idéia do
que se trata.

Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus
dilemas do tipo "será que dou para ele? É o terceiro encontro,
talvez eu deva dar..." começa a bater a ansiedade. Cada uma lida de
um jeito. Eu, como boa loser que sou, lido do pior jeito possível.
Tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir. Não para ele,
ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais
ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um
dia eu tiver um AVC é culpa dessa tensão toda que eu passei na vida
toda em todos os primeiros encontros e que quero voltar tartaruga na
próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me
acalmar.

Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o filho da puta liga e
cancela o encontro? "Surgiu um imprevisto, podemos deixar para
semana que vem?". Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo,
eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto
pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o
tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada. Se fode aí! Vem me
buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo! Até porque, a
essas alturas, a dieta radical do queijo está quase te fazendo
desmaiar de fome, é questão de vida ou morte a porra do jantar!

NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO,
MUITO, MUITO GRAVE! A GENTE SE MOBILIZA DEMAIS POR CAUSA DELES!

Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa
perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um
eufemismo na lata "MMM... ta cheirosa!" (tecla sap: "Passou muito
perfume, porra").
Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele
acha que você é assim ao natural. Eu não ligo, acho homem que repara
muito meio viado, mas isso frustra algumas mulheres. E se ele for
tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a
calcinha e nem ver. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda
com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro)
para nada. Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode
custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar.

Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um
pouco de raiva do cidadão. No meio da noite, já não sinto mais meus
dedos do pé, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de
bico fino. Quando ele conta piadas e ri eu penso "É, eu também
estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha
intra-uterina raspando no colo do meu útero". Sinto o estômago
fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico
constrangida de mostrar toda aminha potência estomacal assim, de
primeira.

Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste
emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca.
Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa
caro. Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque
geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos
estéticos:

Roupa ...............................................R$100,00
Ligerie .................................................R$50,00
Maquiagem .......................................... R$50,00
Sapato ...............................................R$100,00
Depilação ..............................................R$50,00
Mão e pé ..............................................R$20,00
Pílula anticoncepcional ................................. R$30,00

Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$400
para sair com um Zé Ruela.
Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL?

(Autor desconhecido)