Ele tinha os olhos azuis mais lindos que ela já vira. E ela sabia que a atenção deles estava voltada para si. Inteiramente.
E enquanto sentiam o toque suave da brisa da praia de Boa Viagem, e se banhavam com a luz que aquela lua escandalosamente cheia derramava sobre os dois, ele perguntou a ela se tinha algum projeto. Algo que pudesse prometer que levaria até o fim. Ela respondeu que não. Ele riu. Ele conhecia o hábito dela de deixar planos desfeitos pelo caminho.
Saíram. Ele ia embora na manhã seguinte. Mas aquela noite era deles, só deles. E nos braços dele ela esqueceu todas as dores. Esqueceu o outro por quem tantas vezes chorou. Sentiu-se desejada. E sentiu desejo também.
E desta vez ela não deixou esse desejo ficar para trás. Colocou sua timidez de lado para enfrentar a dele. Provocou, brincou. Deixou ele beijar seu corpo com paixão e se aconchegar entre suas pernas. E ele o fez com intensidade, com força, do jeito que ela adorava que os homens fizessem. Pensou em como era raro alguém que a satisfizesse daquela maneira. Então não pensou mais, apenas sentiu.
E antes de partir ele disse a ela que tentasse. Que fizesse planos. Que levasse adiante projetos. Que deixasse algo além de sua presença - para ele marcante - de presente pro mundo. Algo finalizado.
Depois, já em casa, sozinha, foi mexer em antigos escritos de sua adolescência e decidiu que tinha sim, um projeto para ser levado até o fim. Transformaria uma dessas histórias escritas pela menina que foi há dez anos em um livro. Ia dar trabalho, é verdade. Obviamente quis mudar um monte de coisas, achou tudo infantil demais. Mas era um começo. Mesmo que mais tarde ninguém lesse, era algo para levar até o final.
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