Vinha pensando no meu dilema e cheguei a conclusão de que um certo nicho de mercado, ainda longe da maioria dos mortais, está prestes a prosperar estratosfericamente graças a nós mulheres.
Ocorre que para a geração da minha mãe, por exemplo, mulheres trabalhando fora não era corriqueiro, para a minha, é uma boa e para a próxima será necessário. Viver está cada vez mais caro e a mulher cada vez mais antenada e independente. Ser profissional, qualificada e boa no que faz não é um luxo é quase um dever íntimo, uma missão assumida por nós com nós mesmas.
Pensei nisso enquanto percebia meu exemplar de “Pais Brilhantes Professores Fascinantes” (Augusto Cury) e lembrava do café da manhã passado quando uma colega de trabalho me perguntou quando eu pretendia ser mãe e eu respondi num meio desdém “qualquer dia desses, dando tempo, eu providencio” ela percebeu a piada e rimos.
Tempo. Conto vinte e oito anos, sou noiva e casamento provavelmente só em dois mil e onze (nada contra produções independentes, só não é a minha praia...), daí já serão vinte e nove primaveras, mas ainda tenho minhas especializações, meu carro... trinta e cinco? Quantos filhos? Um? Porque não dois guris? Então entre os trinta e cinco e os quarenta é o tempo que tenho para providenciar dois pimpolhos? Mas não ter mais “vinte aninhos” faz alguma diferença na hora de produzir gente: O potencial produtivo da mulher (reserva ovariana) diminui conforme corre o tempo e a medida em que as chances de ter um filho não tão perfeito quanto sonhamos cresce a galope.
Claro que tenho amigas que foram mães cedo, até porque minha geração estava no olho do furação quando o tabu de fumaça da liberdade sexual feminina estava deixando realmente de ser uma utopia, mas a verdade é que a maioria das profissionais que conheço ainda não são mães mas pretende sê-lo um dia. São mulheres de trinta à quarenta anos bem vividos e num pique de labuta quase compulsivo.
O fato é que quando o relógio biológico lembra que o bonde está passando e não volta mais até EU paro e penso no assunto então, no embalo dessa viagem louca, enquanto surfava na maionese me ocorreu que num futuro próximo essa preocupação será obsoleta e jocosa porque mulheres ou casais jovens e desejosos de bebês, mas que estão muito ocupados investindo na carreira e se preparando financeiramente para ser pais, irão a clínicas sérias de fertilização assistida, mas não porque terão problemas e sim porque não querem tê-los: Eles irão investir seus gametas jovens neste banco de quase gente, para um dia, voltar lá e fabricar seus bebês. Quer dizer, isso se os maias e Nostradamus não estiverem corretos e todos os nossos dilemas não acabarem em dois mil e doze.
Enquanto isso, eu continuo na mesma. Filhos nunca foi meu plano “A” mas, seria uma bela aventura, uma aventura para vida toda. Quem sabe? Dando tempo...
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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